sexta-feira, 12 de março de 2010

D E B A T E :

Filme: Cabra marcado para morrer
Diretor: Eduardo Coutinho
Gênero: Documentário
Origem: Brasil

MESA:
Debatedor: Prof. Dr. Antônio Câmara (UFBA)
Debatedor: Prof. Ms. André Holanda (F2J)
Mediador: Prof. Ms. Jorge Lisboa (F2J)

Local: Auditório Cefas Jatobá
Data : 17/março (4ª feira)
Hora : 19h00


BLOG: cineemdebatef2j.blogspot.com

8 comentários:

Unknown disse...

COMENTÁRIO DO DOCUMENTÁRIO CABRA MARCADO PARA MORRER
No documentário “Cabra marcado para morrer”, foi possivel perceber a história de Elisabeth Teixeira, mesmo porque a história toda parte dela. Mulher de um líder camponês, João Pedro Teixeira, Elisabeth lutou ao lado dele até onde pôde. João Pedro é assassinado por ordem dos latifundiários do Nordeste. Aí então Elisabeth, lutando pela vida, manda cada filho para um lugar - junto a parentes –, muda de identidade e leva a vida como se nada daquilo tivesse existido. Claro que ela fez isso para se proteger e proteger os filhos. Elisabeth tinha a escolha entre ficar e colocar a vida de todos em risco ou tentar uma nova vida longe daquilo.
No início, ela se apresenta um tanto quanto retraída diante das câmeras, e principalmente, guiada pelo filho, o único que sabia do paradeiro da mãe, no interior do Nordeste brasileiro. Depois, Elizabeth, mais ambientada com as câmeras, começa a falar sobre tudo o que aconteceu naquele início da década de 60, quando seu marido liderava os camponeses.
No início da década de sessenta João Pedro Teixeira é assassinado. As filmagens de sua vida, interpretada pelos próprios camponeses, foram interrompidas pelo golpe militar de 1964. Dezessete anos depois o Diretor Coutinho retoma o projeto e procura Elizabeth Teixeira e os filhos. O tema principal do filme passa a ser a trajetória de cada um dos personagens que lembram ou tentam lembrar o acontecido.

Rafael Ribeiro de Queiroz

Leto Vieira disse...

Um documentário emocionante e esclarecedor que merece ser visto por muito mais gente.
A história de João Pedro Teixeira, certamente, foi uma das sementes que fizeram germinar as lutas que se seguiram pelo direito à terra. Serviu para mostrar também que, em alguns aspectos, a política e o poder judiciário no Brasil pouco, ou quase nada, evoluiram no sentido de preservar ou garantir os direitos dos cidadãos.
Um cabra valente. Um herói. João Pedro Teixeira foi um cabra que deixou sua marca na história do nosso país.

Valberto Vieira de Sousa
Graduando em Jornalismo - F2J
2º semestre/noturno.

Cyzi disse...

O filme é muito complexo. São diversas informações tanto as sociais, como as políticas e até mesmo religiosas. Proporciona um misto de medo e coragem, um sentimento de raiva e de compaixão, descrença e fé. A narrativa sobre o drama da viúva Elizabeth Teixeira nos mostra, explicitamente porque os detentores do discurso são, e sempre foram os mesmos detentores do poder. Pertinente a quem se interessa por questões sócias, estruturais e históricas do nosso país. Pontos para o Eduardo Coutinho em abordar e interferir de forma humanista este documentário.

Cyzi Wagner

Anônimo disse...

Cabra Marcado Para Morrer é muito denso e rico: remonta documentalmente a tentativa frustrada de elaboração de uma película ficcional sobre a vida de um líder rural; narra a trajetória dos camponeses após a interrupção das filmagens pela ditadura militar, além de mostrar a destruição da família do líder da Liga Camponesa, após o seu assassinato. O documentário traz a tona questões políticas e éticas, bastante atuais, que conduzem o espectador a múltiplas reflexões.

Nethe Damasceno disse...

Mesmo com a má qualidade do som, ficou marcado a figura da personagem Elizabeth diante das câmeras, narrando com detalhes todos os acontecimentos vividos por ela. Afirmo que as razões que explicam esta acolhida tão calorosa mostram-se, na verdade, muito diversificadas e, por este motivo, não poderiam ser delineadas em poucas palavras para não simplificá-las. A singularidade dos personagens, é caracterizado pela sensibilidade e pela capacidade de ouvir o outro, registrando sem sentimentalismos as emoções e aspirações das pessoas comuns, reveladas nos camponeses diante de alguns processos históricos apresentado nesse sábio documentário. Fiquei a me questionar: O que motivou o cineasta Eduardo a ver e rever essa história? Qual a contribuição dada aos camponeses , mas precisamente a família de Elizabeth, uma vez que eles foram os protagonizadores de um dos maiores e melhores documentários brasileiro?

dinamodobemviver disse...

O filme retrata fielmente a luta de uma família de camponeses que foi totalmente dilacerada pelo poder dos latifundiários. Na minha concepção, a personagem marcante desse filme foi Elizabete Teixeira, por enfrentar todas as mazelas de um regime ditatorial iniciado na revolução de 1964.

Antonio Pitta disse...

O que dizer de um documento tão importante para a história recente do Brasil? Fantástico!
Um povo que busca desesperadamente os seus heróis, desconhece aqueles que viveram por uma causa e morreram em nome de um sonho de paz e prosperidade de uma nação inteira.
Quem somos nós, para onde vamos e a quem devemos acompanhar? Joões Pedros, Marias Quitérias, Getúlios, Marias Felipas, Elisabetes passam pela história e muitas vezes são esquecidos ou jamais reconhecidos, mas o legado de luta e crença num Brasil de todos e para todas continua vivo.
Parabéns pelo presente do Cine Em Debate.

JJ disse...

Utilizando o expediente de uma personagem, tal documentário nos oferece uma narrativa baseada em fatos reais.Idem retrata parte do golpe de 1964, na ótica de quem teve sua família praticamente esfacelada, mas que ainda esboçara forças para contar sua funesta história.
Um curta desse tipo, não conta apenas o desfecho do líder da camponesa de sapé, João Pedro Teixeira, propõe também uma visão outra, de um importante marco da nossa história, que por muitas vezes ficam no porões da nossa mente e escusos da pesquisa acadêmica, contribuindo para subnutrição mental dos estudantes contemporâneos, acerca de informação histórica.