segunda-feira, 1 de junho de 2009



Flores do amanhã, do diretor chinês Zhang Yang, com roteiro de Zhang Yang e Ca Xiang Jun é um filme de 2005. Zhang Yang é um diretor novo, seguindo a linha sucessória da quinta geração de cineastas chineses (Tian Zhuangzhuang, Chen Kaige, Zhang Yimu) e a geração underground chinesa (Zhang Yuan, Wang Xiaoshuai), a primeira a não acatar as decisões do poder - autorização para filmar, onde filmar, etc. - passando por cima da exigências das autoridades e construindo uma filmografia contra o governo estabelecido.

Zhang Yang aparece no cenário cinematográfico chinês com Banhos (1999). É considerado, juntamente com Lu Chuan, Ning Hao e Xiao Jiang, um diretor preocupado com o "grande público". Em Flores do amanhã, ele retrata os conflitos sociais e políticos dos últimos 30 anos na China (1975 - 2005), a "revolução cultural", a morte do líder da revolução chinesa (1949), Mao Tsé-tung (1976), o afastamento da chamada "gangue dos 4" do poder, a ascensão de Deng Xiaoping e todo o processo de abertura da economia chinesa e modernização do país, mas, tudo isto feito com muita sutileza.

A história se passa em uma pequena comunidade da China, em que o pai, artista plástico preso e torturado durante a "revolução cultural", retorna para casa onde seu filho já não o conhece e ele (o pai) já não pode exercer sua profissão, por perda do controle das mãos, provocado pelas tortura durante a prisão. No conflito de um pai que quer impor seu sonho ao filho, vão aparecendo, lentamente, os conflitos de uma nova China, com seus métodos, novos interesses e novas formas de convivência social.