sexta-feira, 12 de março de 2010

D E B A T E :

Filme: Cabra marcado para morrer
Diretor: Eduardo Coutinho
Gênero: Documentário
Origem: Brasil

MESA:
Debatedor: Prof. Dr. Antônio Câmara (UFBA)
Debatedor: Prof. Ms. André Holanda (F2J)
Mediador: Prof. Ms. Jorge Lisboa (F2J)

Local: Auditório Cefas Jatobá
Data : 17/março (4ª feira)
Hora : 19h00


BLOG: cineemdebatef2j.blogspot.com

P R O G R A M A Ç Ã O : 2010 - 1º semestre

País: Brasil
Filme: Um cabra marcado para morrer
Diretor: Eduardo Coutinho
Data: 17/mar

País: Argentina
Filme: Café dos maestros
Diretor: Miguel Kohan
Data: 10/abr

País: Chile
Filme: A batalha do Chile
Diretor: Patrício Guzmán
Data: POLICOM

País: Brasil/Cuba
Filme: Soy Cuba, o mamute siberiano
Diretor: Vicente Ferraz
Data: 01/jun

BLOG: cineemdebatef2j.blogspot.com


Augusto Sá,
Professor,
Coordenador Executivo
Cineclube Cine em Debate

Derval Gramacho,
Professor,
Coordenador
Curso de Comunicação Social
Faculdade 2 de Julho.

O cinema documentário na América Latina

Não são raros os depoimentos de brasileiros que só se reconheceram latino-americanos quando estavam vivendo na Europa. A “ideia” de América Latina é fruto da “invenção” ideológica de colonizadores e exploradores europeus, no século XIX, sobretudo pela França napoleônica, interessada em demarcar sua área de influência na América (latina), e pelo novo país americano, os Estados Unidos da América, que logo estabeleceu como legítimo no seu “destino manifesto” dominar os demais povos (“inferiores”) ao sul do rio Bravo, chamados latinos. O “destino manifesto” (“A pura raça anglo-americana está destinada a estender-se por todo o mundo com a força de um tufão. A raça hispano-mourisca será abatida”) logo mostrou a sua verdadeira face, quando os Estados Unidos, já tendo anexado o Texas em 1836, entraram em guerra contra o México (1846-48), usurpando metade do território do vizinho.

Partindo da “ideia” de América Latina, muitos de nossos intelectuais e líderes políticos deram ao conceito um caráter positivo. Simon Bolívar jurou, na Itália, lutar pela independência das colônias americanas a fim de criar a república da “Gran Colômbia”, que reuniria em seu território o que hoje pertence a vários países da América do Sul. José Martí, poeta e líder político cubano, pensou a “nuestra América” independente das potências européias decadentes, mas, também, livre do jugo imperialista da potência nascente do grande irmão do Norte. José Carlos Mariátegui, jornalista e militante político peruano, defendeu a Indo-América livre da dominação capitalista. Ernesto “Che” Guevara, argentino de nascimento, entregou a sua vida pela causa dos povos explorados da América Latina. Com passagem pela Guatemala, México e Cuba, onde participou da guerrilha que realizou a revolução de 1 de janeiro de 1959, “Che” foi dirigente do estado socialista cubano até entregar seus cargos e condecorações para embrenhar-se em uma nova guerrilha na selva boliviana, onde foi covardemente assassinado, em outubro de 1967, após ter sido ferido e encontrar-se preso.

Em livro recentemente publicado (Latino-americanos à procura de um lugar neste século. SP, Iluminuras, 2008.), o antropólogo argentino, radicado no México, Néstor Canclini, nos pergunta: quem somos nós, os latino-americanos? Esta resposta, creio, embora já tenha uma longa história, como vimos acima, está em construção e dela participam intelectuais, artistas, políticos e todos povos dos países ao sul do rio Bravo. Nós, do curso de Comunicação Social da Faculdade 2 de Julho, estamos dando nossa contribuição nesta discussão e na busca desta resposta. O III POLICOM (Congresso de Comunicação Social e Políticas Culturais) dedica-se ao documentário na América Latina, tendo como tema central: “Cartografia do documentário na América Latina”. O Cineclube Cine em Debate, acompanhando este esforço, vai na mesma direção e faz deste semestre um período dedicado à exibição e discussão do documentário na América Latina. Para isto, fomos buscar, em alguns dos principais países produtores, obras de excelência que enriquecem a produção do cinema documentário no mundo, bem como ampliam a esfera de nossa formação cultural.