1979 – Fundação 2 de Julho – 2009.
Em 1979, após 15 anos de ditadura civil-militar, setores organizados da sociedade brasileira proclamavam a necessidade de uma anistia ampla, geral e irrestrita para os exilados, presos e perseguidos políticos pelo regime. Quatro anos antes deste movimento, o povo assumia, pela primeira vez, o protesto aberto contra o governo militar em face do assassinato do jornalista Vladimir Herzog nas dependências do DOI-CODI paulista, em outubro de 1975. A população de São Paulo compareceu em massa ao culto ecumênico realizado na Catedral da Sé, presidido por diversos líderes religiosos, entre os quais se destacavam o cardeal dom Paulo Evaristo Arns e o pastor presbiteriano Jaime Wright, liderança inconteste da Fundação 2 de Julho.Em 28 de agosto de 1979, o governo militar, presidido pelo general João Batista Figueiredo, fez aprovar no Congresso Nacional uma anistia parcial e discriminatória que deixava de fora presos políticos como, por exemplo, o pernambucano radicado na Bahia Theodomiro Romeiro dos Santos. Esta lei concedia, a partir de 1º de novembro do mesmo ano, a liberdade a presos políticos e o direito de regressar ao País a centenas de cidadãos banidos e exilados arbitrariamente do País. No entanto, nada esclarecia sobre as mortes e os desaparecimentos de militantes políticos.De 15 a 18 de novembro daquele, em resposta à lei limitada, o Comitê Brasileiro pela Anistia realiza, em Salvador, o II Congresso Nacional pela Anistia. No entanto, os locais procurados para sediar o evento se recusavam, apesar até mesmo da intervenção do cardeal dom Avelar Brandão Vilela, arcebispo primaz do Brasil. A Fundação 2 de Julho, que tem um compromisso permanente com os direitos humanos, e na época era presidida pelo professor Josué Mello, foi a única instituição que se dispôs a enfrentar a ditadura militar. Abriu suas portas ao Comitê e possibilitou a realização do congresso.A Fundação 2 de Julho continua na vanguarda da luta pelos Direitos Humanos no Brasil, e hoje tem a satisfação de celebrar os 30 anos deste marco histórico, o II Congresso Nacional pela Anistia, realizado em seu campus onde estão instalados o Colégio e a Faculdade 2 de Julho. Hoje, a instituição se mantém vigilante pela preservação e garantia dos direitos humanos através da Conferência Jaime Wright que instituiu, há cinco anos, o Prêmio Promotores da Paz e dos Direitos Humanos.
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